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PROGRAMA  “MINHA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA”  DA  OFICINA DAS  FINANÇAS  APLICADO NA  PORTO  SEGURO

Baseado no relatório de Apresentação dos Resultados das Avaliações do Programa
Responsáveis: Aline Fernandes, Ana Luiza Marinho e Filipe Lima
Laboratório de Psicologia Social da Universidade de Brasília
www.influencia.unb.br

CONTEXTUALIZAÇÃO

A educação financeira já não é a mesma desde a chegada da economia comportamental, campo de estudos que cresceu expressivamente na última década e reúne a psicologia, a economia, a neurociência entre outras áreas do conhecimento, para explicar comportamentos de consumo e tomadas de decisões financeiras de modo amplo. Se antes se partia do pressuposto da economia clássica de que o ser humano é racional e pondera escolhas de modo a obter o melhor custo-benefício, os estudos experimentais têm mostrado o contrário: as decisões financeiras são bastante irracionais.


Isso significa que estímulos como palestras que apresentem as vantagens de se educar financeiramente ou, ainda, ensinem a plateia a montar um orçamento e se planejar para a realização de sonhos tendem a não ser eficazes. Até mesmo o conhecimento aprofundado em economia ou matemática financeira não garantem bons resultados nas finanças pessoais, pois a ciência vem mostrando que as pessoas tomam decisões como bases em hábitos, vieses cognitivos, aversão à perda, influência social entre outros fatores
psicológicos ou neurofisiológicos.


Nesse contexto, planilhas financeiras ou definição de um planejamento de curto, médio e longo prazo não são garantia de sucesso. Ao contrário, mapear crenças e valores, investir em autoconhecimento, entender melhor esse modo irracional como agimos e conquistar micro hábitos que estejam alinhados aos próprios objetivos tende a ser um caminho mais eficaz.

INTRODUÇÃO

A Porto Seguro investiu em um projeto ousado de educação financeira em parceria com a Oficina das Finanças que beneficiou mais de mil funcionários. O projeto-piloto do programa, intitulado Minha Sustentabilidade Financeira, iniciou no segundo semestre de 2016 e teve duração de um ano e meio, com resultados consistentes. O programa foi criado por uma equipe multidisciplinar que incluiu consultores financeiros, psicólogos, pedagogos, profissionais da área de recursos humanos, pesquisadores com conhecimentos em estatística, comunicadores sociais e estudiosos no campo da influência social.


A proposta era auxiliar os funcionários da empresa a tomar melhores decisões financeiras e definir estratégias para conquistar uma vida financeira sustentável – conceito que, para esta equipe, corresponde a “ter dinheiro hoje e no futuro, para atender a necessidades e desejos, gerando dinheiro com trabalho e também com investimentos.”


O projeto teve diretrizes claras, com o objetivo de estimular a eficácia no uso do dinheiro, o bem-estar financeiro e a geração de renda passiva, ou seja, uma fonte de receita que não demande a própria força de trabalho de modo direto. Um bom exemplo de renda passiva é a receita obtida por meio de rendimentos de investimentos.


Todo o processo foi medido antes, durante e depois pelo Laboratório de Psicologia Social da Universidade de Brasília sob a coordenação do Professor Dr. Fabio Iglesias, uma das principais referências acadêmicas sobre influência social e comportamento de
consumo.

PRINCIPAL FERRAMENTA DO PROGRAMA

MINHA SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA –

OFICINAS ON-LINE

Com duração de um ano e meio, o Programa ofereceu diferentes estímulos aos funcionários participantes, desde oficinas on-line e presenciais a grupo fechado no Facebook, uso de recursos lúdicos e estratégicos para trabalhar o fluxo do dinheiro na vida. No entanto, a medição do processo recaiu principalmente sobre a Oficina de Finanças On-line, um processo totalmente on-line que acontece em plataforma própria da Oficina das Finanças e permite experiência personalizada com consultores especializados, reavaliar hábitos, mapear cenários, receber orientações e materiais que variam de acordo com o perfil do participante.


A Oficina On-line não é um curso e também não é exatamente uma consultoria financeira. É uma ferramenta que permite uma experiência de sustentabilidade financeira. Ao final do processo, o participante não tem apenas um mapeamento de sua vida financeira, mas um planejamento financeiro pessoal que levou em consideração sua realidade atual, suas crenças, valores e objetivos.


Em poucas palavras, a Oficina on-line é uma ferramenta de autoconhecimento, reflexão e estímulo para que as pessoas ampliem suas percepções no uso do dinheiro e encontrem novos caminhos para fazer mais com o dinheiro que já têm.


Os materiais e vídeos são incluídos na plataforma aos poucos, de acordo com o perfil do participante. Quem tem dívidas, por exemplo, recebe materiais diferentes de quem não tem; quem é casado e tem filhos recebe materiais diferentes dos solteiros. O ritmo de conclusão da oficina também varia bastante: há quem finalize todas as etapas em poucas semanas, enquanto outros levam mais de dois meses para concluir. Em depoimentos, no entanto, observou-se que não é necessário concluir o processo para implantar mudanças consideráveis, pois a cada etapa o processo procura incentivar habilidades específicas com recomendações práticas.

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COMPARAÇÃO  DE RESPOSTAS 
ANTES  E DEPOIS  DO  PROGRAMA

Para comparar os resultados das avaliações iniciais e avaliações finais, foram criados scores com as médias dos itens de cada fator das escalas, encontrados na análise fatorial.
Os scores estão apresentados no gráfico abaixo para comparação dos fatores antes e
depois da
Oficina on-line.

Analisando o gráfico, podemos observar aumento das avaliações dos fatores auto eficácia financeira, autocontrole financeiro, valores de consumo voltados para centralidade e viabilidade e ação sobre renda passiva. Esses resultados estão em concordância com os objetivos do projeto e podem apontar uma mudança positiva da relação dos participantes com sua vida financeira.

Já os fatores de mal-estar financeiro, valores de consumo voltados para sucesso e importância da renda passiva tiveram uma queda na avaliação dos participantes. A queda de mal-estar financeiro é muito positivo em relação aos objetivos do projeto. E apesar da queda em relação à importância da renda passiva, esse fator ainda é o mais bem avaliado pelos participantes; houve aumento de viabilidade e ação em relação à renda passiva, o que é muito positivo.
 

redução no mal-estar financeiro: estresse, conflitos familiares, ansiedade, pressão,privações...

redução na percepção da relação entre sucesso e consumo: possuir coisas caras,impressionar os outros, desejo de status... demonstrando competência e realização

aumento na centralidade: consumo compatível com necessidade, renda e valoresde vida

melhora na percepção de autoeficácia financeira: confiança e habilidades para lidarcom as decisões financeiras do dia a dia (desafios, crise, aposentadoria,consumo...)

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Por fim, foram comparados os comportamentos em relação ao dinheiro dos participantes em relação ao primeiro relato na Oficina On-line e a avaliação intermediária realizada após a conclusão da oficina. Os dados são apresentados no gráfico a seguir e demonstram mudança de comportamento em relação ao dinheiro, em que uma maior porcentagem de participantes relata fazer controle financeiro, investir e poupar seu dinheiro.

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A metodologia utilizada pela Oficina das Finanças no Programa Minha Sustentabilidade Financeira gera resultados que apontam melhoria significativa no bem-estar dos participantes bem como mudanças de hábito relacionadas à maior eficácia na gestão financeira e ao hábito de poupar e gerar renda passiva. A sociedade pode se beneficiar da aplicação da metodologia e do serviço das Oficinas On-line, pois o formato proposto pela Oficina das Finanças pode ser aplicado em larga escala, com custo reduzido e alta capacidade de atendimento on-line.

CONCLUSÃO

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SOBRE A

Logo Oficina das Finanças

Empresa que, desde 2008, incentiva comportamentos financeiros sustentáveis para ampliar as realizações atuais e futuras das pessoas. Atinge diferentes públicos (Seguradoras, Fundos de Pensão, Bancos, Cooperativas, Escolas...) com diferentes abordagens. 

 

Com metodologia própria focada na sustentabilidade financeira, trabalha o uso do dinheiro com empreendedorismo, ética, cooperativismo, cidadania, responsabilidade social e ambiental. Criadora e detentora da Engenhoca® .


Tem parceria com o Laboratório de Psicologia Social da Universidade de Brasília e foi recomendada pela empresa de consultoria Oliver Wyman no benchmark internacional de educação financeira em 2013.


Além dos programa corporativos, a empresa oferece o Programa Oficina das Finanças na Escola, com estratégias para atuação na Educação Infantil, no Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais e no Ensino Médio. Mais de 400 mil alunos, em diferentes estados do País, estão aprendendo a construir uma vida financeira sustentável por esse método.

DEPOIMENTOS

Seguem depoimentos autorizados de participantes deste case de sucesso. Destacamos que o campo de depoimentos era de preenchimento opcional e voluntário.

“No processo de sustentabilidade financeira iniciei há um ano, e hoje até me emociono quando olho para minha vida financeira pois está saudável, e com a realização da oficina só reforçou a alcançar meus objetivos. Hoje procuro informações para investir meu dinheiro, no passado procurava empresas para ajudar a negociar dívidas que não conseguia pagar.”

—  Andreia Gonçalves de Oliveira

INSTRUMENTO
DE  AVALIAÇÃO

O Programa teve duração de 18 meses, e as medições ocorreram no início, meio e término do processo. O primeiro e o último questionário foram compostos por 40 afirmações avaliadas por uma escala de concordância de 1 a 5, sendo 1 “discordo totalmente” e 5 “concordo totalmente”. Nesses momentos, foram avaliados autoeficácia financeira, mal-estar financeiro, orientação de valores dos consumidores, autocontrole financeiro, viabilidade e ação e importância da renda passiva.

 

O questionário intermediário foi composto por 17 afirmações a ser avaliadas em uma escala de concordância de 1 a 10, sendo 1 “discordo totalmente” e 10 “concordo totalmente”, além de cinco perguntas categóricas. Nesse momento, foram avaliadas questões sobre a percepção dos participantes em relação ao projeto e o impacto dele em sua vida.

PARTICIPANTES

Os participantes eram, em sua maioria, do sexo feminino (62,3%), com idades variadas de 18 a 59 anos, com média de 32,86 anos, com desvio padrão de 8,05 anos. A maioria era residente de São Paulo (96,4%), seguida por 2,1% de Minas Gerais, 0,8% do Rio de Janeiro, 0,4% do Distrito Federal e 0,3% do Paraná.


Em relação ao nível de instrução, 39,8% dos respondentes tinham ensino superior completo, seguidos por 22,2% com pós-graduação completa, 19,4% com ensino de superior incompleto e 11,1% com pós-graduação incompleta.


Devido à natureza longitudinal da avaliação do programa, que teve duração de 18 meses, já era esperada uma redução expressiva do número de participantes a cada etapa. Em outras palavras, é comum que o número de participantes que comecem o programa não seja o mesmo que termine. O gráfico abaixo mostra o número de participantes em cada momento
de avaliação.

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CUIDADOS PISICOMÉTRICOS

Antes da aplicação, os questionários foram avaliados por especialistas e passaram por um teste-piloto, para avaliar a qualidade das questões e, consequentemente, das escalas de medição. Foram feitas análises de teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e Bartlett para verificar índices de validade fatorial dos itens utilizados para a avaliação, e foram feitas análises fatoriais para identificar o nível de carga fatorial de cada item e suas divisões em fatores, de modo a avaliar a qualidade das escalas de autoeficácia financeira, mal-estar financeiro e de geração de renda passiva.


A tabela abaixo apresenta as médias e os desvios-padrões em relação à avaliação intermediária. É importante lembrar que esta avaliação teve uma escala de concordância de 1 a 10, sendo 1 “discordo totalmente” e 10 “concordo totalmente”. Na avaliação, constatou-se que a Oficina On-line e outros aspectos do projeto foram bem-avaliados pelos participantes, apesar de alguns itens apresentarem falta de envolvimento em relação a compartilhar conhecimento e a ganhar pontos durante o programa.

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