Você aprendeu a lidar com o dinheiro? A maior parte das pessoas toma decisões financeiras, mas não tiveram a oportunidade de aprender formalmente melhores práticas e estratégias para viver bem e ter renda na aposentadoria. Eu não tive acesso à educação financeira na infância, mas, felizmente, isso está mudando, e essas aulas já são uma realidade para algumas crianças e jovens no Brasil. Quando a educação financeira chega às escolas, torna-se um convite para que as famílias também reflitam sobre a relação com as finanças e aprendam outras práticas. Ensinar aos filhos lidar com dinheiro de forma responsável, empreendedora e sustentável é um legado que impacta positivamente gerações. Contudo, para que isso aconteça de forma efetiva, é essencial que conversas sobre dinheiro e mudanças comportamentais também ocorram dentro de casa.
Neste mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, é essencial reconhecer e valorizar o papel das mulheres na economia doméstica. No Brasil, 93% das mulheres têm participação ativa nas finanças familiares, segundo a pesquisa “Relevância das Mulheres nas famílias brasileiras” do Serasa em 2024. Apesar disso, muitas ainda se sentem inseguras ao assumir as finanças da casa, em parte em razão de preconceitos e estereótipos enraizados. A verdade é que as mulheres já são gestoras financeiras no dia a dia ao administrar o orçamento da família, controlar gastos com alimentação, vestuário e necessidades domésticas. Reconhecer essa capacidade é fundamental para fortalecer a confiança e ampliar a autonomia financeira de tantas mulheres que ainda cumprem responsabilidades de mães e educadoras.
Uma prática que o Léo e eu iniciamos em casa foi incluir nossa filha nas discussões sobre orçamento familiar, planejamento de compras e economia doméstica, transformando a forma de ela enxergar o dinheiro. Ele está presente no uso de lâmpadas, eletrodomésticos, água das torneiras, escolha de alimentos, transporte, vestimentas, lazer…, e as escolhas que fazemos geram gastos maiores ou menores. De forma lúdica e leve, fomos introduzindo conceitos financeiros e mostrando que temos opções ao fazer essas escolhas e, para cada decisão, existem consequências. Criar espaços de diálogo sobre desejos e necessidades, metas financeiras e consumo responsável ajuda os filhos a desenvolverem uma relação mais saudável e equilibrada com o dinheiro desde cedo.
Pequenas ações no dia a dia podem fazer grande diferença na saúde financeira familiar. Aqui vão algumas sugestões.
Listar prioridades para a segurança da família, como ter reservas para imprevistos, aposentadoria, ajuda a familiares…
Listar prioridades para aumentar o bem-estar, como ter reservas para melhorar a moradia, o transporte, fazer doações, adquirir eletrônicos, viajar…
Começar guardar dinheiro para ter reservas e concretizar esses objetivos, mesmo antes de começar a pagar as contas.
Criar um orçamento mensal estabelecendo limite de gasto nas diferentes áreas como alimentação, transporte e lazer.
Direcionar o dinheiro para o que é mais importante.
Eliminar ou reduzir desperdícios renegociando dívidas, agindo de forma criativa para montar cardápios e não jogar fora alimentos, reaproveitar água no dia a dia, reavaliar planos de serviços como telefonia, internet, tv a cabo.
Colocar em prática esses comportamentos pode transformar a relação da família com o dinheiro e, também, os resultados. Aproveite a educação financeira que seu filho está recebendo na escola para fortalecer esses valores dentro de casa. Dê uma olhadinha no livro da Oficina das Finanças e conheça benefícios adicionais que estão disponíveis para as famílias. Que tal começar hoje mesmo essa transFORMAÇÃO financeira em casa? Até a próxima!
Carolina Simões Lopes Ligocki
Autora e fundadora da Oficina das Finanças
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