Já aconteceu com você? Planejar e idealizar uma viagem e ao vivenciá-la passar por vários imprevistos e situações decepcionantes? É natural criarmos expectativas para os comportamentos das pessoas, para os lugares que visitamos, para acontecimentos, mas à medida que vamos vivenciando as ocasiões nos defrontamos com realidades nem sempre "perfeitas". A vida real é cheia de imperfeições e manter os pés no chão e a gratidão no coração nos permite aproveitar cada momento de maneira especial.
O que você e sua família fizeram nas férias? Viajaram? Tiveram alguma nova experiência? Passaram tempo juntos? Aconteceu algo que acabou sendo abaixo das expectativas? Qual foi a reação e o sentimento que vieram à tona?
O Léo e eu gostamos muito de viajar e este foi um dos motivos pelos quais dedicamos esforços para construir a nossa sustentabilidade financeira ainda jovens, pois queríamos ter saúde, tempo e dinheiro para explorar lugares e conhecer culturas. Logo nas primeiras viagens começamos a vivenciar momentos inusitados que a prática do "pé no chão e gratidão" nos proporcionou boas risadas e maior leveza para lidar com os imprevistos.
Uma vez estivemos em Cartagena, na Colômbia, hospedados em uma cabana lindinha daquelas com telhado de sapê, pé na areia. Tínhamos a expectativa de dormir ouvindo o barulho do mar, mas foi inevitável ligar o ar condicionado pois fazia calor e havia mosquitos. Ele era tão barulhento que não conseguíamos mais ouvir o mar. No primeiro momento ficamos decepcionados, mas demorou pouco, nos entreolhamos e surgiu a reflexão: Puxa! Estamos aqui, num lugar paradisíaco com tantas coisas boas acontecendo e, pensando bem, somos privilegiados por ter ar condicionado que ameniza o calor e nos protege dos mosquitos rsrsrs.
Com as redes sociais é cada dia maior a pressão para o consumo e somos expostos continuamente a imagens que mostram situações ideais. Por exemplo, vemos um casal sentado ao ar livre tomando um drink em uma linda praça que não mostra as pombas e gaivotas que atacam os belisquetes, ou o calor escaldante, ou a grosseria do garçom, ou o preço altíssimo do cafezinho. Na verdade, as fotos e vídeos não costumam mostrar o que de fato está acontecendo e isso faz com que as pessoas criem expectativas e vivam decepções mesmo com dinheiro no bolso, mesmo podendo pagar por experiências cheias de privilégios. A nossa conclusão tem sido que vida não é perfeita, mas é boa demais. Praticar pé no chão e gratidão!
Situações como essas aconteceram muitas vezes nestes últimos 30 anos que estamos juntos, e elas seguem acontecendo. Foi por isso que adicionamos o G da gratidão ao nosso Método dos 6Gs da sustentabilidade financeira. Percebemos que o dinheiro é mais um dos recursos que temos para ampliar opções de escolha, e que praticar esse olhar melhora nossa saúde mental e a forma como usufruímos do que o dinheiro compra. Quando conseguimos praticar a gratidão, aproveitamos melhor cada momento. Convido você a fazer o exercício de observar e enxergar os privilégios que tem. Talvez não seja tão fácil no primeiro momento pois costumamos, inclusive, dar um significado negativo para a palavra privilégio em nossa cultura. Mas pense comigo, você está vivo, tem ar puro, alimento gostoso, água e um montão de coisas disponíveis ao seu redor.
Estamos acostumados a fazer sacrifícios para ter o dinheiro, e é comum vermos pessoas focadas em ter cada dia mais e mais. Nós achávamos que ele comprava a vida ideal, mas aprendemos ao longo do tempo que a vida ideal a gente precisa construir, com as nossas atitudes e escolhas de consumo alinhadas aos nossos reais valores.
Desejo a você muitas alegrias, que use o dinheiro para construir sua segurança, aumentar seu bem-estar e contribuir com as pessoas ao redor. Você merece perceber as bênçãos que tem recebido e ter momentos para comemorá-las. Pratique o "pé no chão e gratidão" e até a próxima!
Carolina Simões Lopes Ligocki
Fundadora da Oficina das Finanças
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